Pessoas como nós
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No dia 5 de abril de 2016, eu e os meus colegas do 9º ano fomos
assistir, na nossa escola, a uma sessão organizada pela Bloom, organização
cultural e de voluntariado, com a presença de três jovens voluntários
estrangeiros.
O projeto consistia na visualização de pequenos filmes realizados por
jovens universitários da Turquia. Os filmes pretendiam alertar para questões de
desigualdade de género e de violação dos direitos humanos.
O primeiro filme começava com uma mulher a subir as escadas e com um
homem que não permitia que ela o fizesse de sua livre vontade. Interpretei esse
momento como se a mulher quisesse seguir em frente na sua vida e não
conseguisse por ter sempre o homem a puxá-la e a impedir que o fizesse. Quando
os dois chegaram a uma sala de jantar, em que estavam presentes outras mulheres e homens, sentaram-se em
lugares destinados a cada um deles e que obedeciam a uma ordem. Durante a
refeição, comiam o mesmo alimento nas mesmas proporções e ao mesmo tempo. Nada
falhava, tudo tinha uma regra. No entanto, a mulher do início do filme começou
a fazer as coisas de um modo diferente, o que as outras pessoas consideravam
fora do normal. A partir desse momento aconteceram várias situações que nos
remetem não só para a violência de género como também para a violência entre o
mesmo género. Primeiro, vimos uma mulher que começou a lutar com a vítima e a
tentar que ela se comportasse de forma igual a si – começou por lhe vestir uma roupa
igual à que tinha no corpo e também por lhe fazer o mesmo penteado que usava.
Como a vítima não se moldou a esse comportamento, o homem teve comportamentos
violentos para com ela. Perante isto as mulheres que assistiam viraram as
costas, tal como a nossa sociedade faz. A mulher vítima foge para um quarto, e
o filme acaba com a mulher a ser perseguida por uma luz.
Comparando com a nossa
sociedade, concluímos que as pessoas que não seguem as regras e que fogem às
normas sociais são criticadas e vítimas de abusos, quer verbais, quer físicos
ou psicológicos.
O segundo filme contava a história de vida de uma rapaz que vivia numa
fronteira da Turquia e que para sobreviver precisa de apanhar alcaparras num
campo minado, sujeito a ficar ferido ou até mesmo perder a sua vida. Quando vi
o filme achei completamente desumana esta situação!
No terceiro filme, tivemos a oportunidade de ver a adaptação de uma
mulher transexual numa determinada sociedade. Ao início foi muito complicado e
acabou por sofrer atos de discriminação, mas no fim ela já era aceite sem
qualquer problema.
Concluindo, penso que estes filmes retratam situações dos nossos dias,
em que pessoas muitas vezes são discriminadas e alvo também de preconceitos.
Também tivemos a oportunidade de observar as dificuldades que jovens como nós
têm para conseguir sobreviver.
Temos cada vez mais motivos para destruir estas barreiras de
preconceitos que não fazem qualquer sentido!
Margarida Henriques, nº16, 9º B